terça-feira, 22 de setembro de 2009

Quando estamos juntos, chego a passar mais tempo imaginando a distância que existe entre a gente do que tentando me aproximar. Vejo um abismo enorme nos separando e insisto em fazê-lo visível a você. Outras vezes tento escondê-lo o melhor que posso pelo medo que tenho de te perder.
Então, esses medos que tenho, ora de te ter, ora de te perder, tornam-me prisioneira de mim mesma e mutilam qualquer impulso meu de estar feliz ao seu lado. Como sustentar uma felicidade de mentira se aqui dentro meu coração grita em desespero.
Esse querer forçosamente estar junto, seguido pelo temor de ser uma companhia desagradável, me limita tanto. Quem não confia sequer que pode ser o melhor na vida de alguém, jamais acreditará que essa pessoa deseje sinceramente estar junto sempre. E, esse impasse inibe qualquer demonstração minha de carinho e atenção. Tão logo, o abismo, visível aos meus olhos, fica ainda maior. Ser todo amor pra quem é apenas vazio cansa, e você certamente vai cansar.
E me restam apenas, em flashs ligeiros na mente, recordações frias de nossos momentos juntos. Resta-me apenas uma certeza doída de que todo momento foi em vão e uma saudade mórbida de tudo que nunca chegou a existir. A minha imagem ao teu lado, sempre tão opaca, só me confirma o que eu sempre soube. Somos tão distantes, apesar de abraçados.


Anah F.S.

4 comentários:

  1. "Somos tão distantes, apesar de abraçados"

    Que profundo!

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  2. De todos meus relacionamentos, nenhum escapou das descrições do teu texto. Lindo.

    Um beijo.

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  3. A prática te aperfeiçoou...
    Seus textos são lindoooos. *-*


    Beijos

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  4. tenho uma invejinha desses momentos, acho que não nasci pra isso...
    Obrigada pela visita :)

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