terça-feira, 31 de maio de 2011

Tudo em mim grita mas me sinto oca. Tudo em mim é intenso mas permaneço inerte. 
Quero tanto mas me contenho. 
E decido mudar toda noite quando o silencio se faz tão alto. 
Decido sempre ser outra porque nada que sou me preenche.
Em rascunhos, sou diferente, sou maiúscula, sou mais minha.
Sou tudo o que a rotina sufoca, tudo o que a razão afoga.
Sou a intensidade que racionalizo, sou o impulso que não sigo.
Mas não sei me ser fora do papel. Acumulo vontades. Me guardo pra depois.
De tudo que quero ser, sou oposta, limitada, sou omissa. 
Estou sempre me anulando, sempre deixando de viver.
Sempre cedendo, sempre sedenta, vazia de mim.
Tenho essa urgência de viver mas permaneço na inércia.
Tenho essa pressa de ser diferente mas sou sempre a mesma.

2 comentários:

  1. Vi seu comentário no meu blog e resolvi olhar o seu. Adorei, de verdade. Adoro quando leio algo que me identifico.

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  2. e nos definimos contradição, e somos o oposto de nós mesmas.

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